Já vem de longe a situação de má gestão dentro da Fundação CASA no que se trata das licitações que escolhem as empresas de vigilância e portarias nos Centros espalhados pelas DR’s em todo Estado de São Paulo, principalmente no interior.
Os Agentes de Apoio Socioeducativos há anos vêm servindo de “bucha de canhão e tapa buracos” para a Fundação CASA por conta da incompetência em direcionar uma licitação para empresas que são genuínas e de longos anos de experiência nesta área tão importante no andamento complexo da medida Socioeducativa. Esses gestores da área licitatória, preferem o baixo custo de empresas de cunho duvidosos, recém-abertas para simplesmente participar das licitações da Fundação CASA e, muitas vezes, propriedades dos próprios empresários que já passaram por prestadores de serviços na mesma área com outros CNPJ’s e nomes fantasias que abandonam os contratos mesmo antes do seu término.
Sobra para quem quando isso acontece? Em primeiro lugar para os trabalhadores destas empresas, que começam deixando de pagar os vales refeições desses trabalhadores, depois os salários e por fim, as custas rescisórias que acabará sobrando para a Fundação CASA ser responsabilizada e passar anos tentando receber desses empresários inescrupulosos, mas com a conivência da Fundação CASA, ou seja, o barato sempre vai sair muito mais caro. Em segundo lugar, para os Agentes de Apoio Socioeducativos, aqueles que tapam todos os buracos deixados pela incompetência incondicional da Fundação CASA; aqueles que no seu dia a dia já são seguranças, educadores, pedagogos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, operacionais e agora, com a saída dessas empresas, suas novas funções agregadas passam a ser vigilantes e porteiros. Hoje na DRN é o último dia da empresa de vigilância EMAX neste serviço terceirizado, e o nosso colaborador Ricardo Lopes define bem o que acontecerá com os poucos AAS’s que trabalham nos Centros da DRN:
“Os CASA’s onde a empresa EMAX presta serviços, ficarão sem vigilantes, os AGENTES que irão fazer o papel dos vigilantes, dia e noite por tempo indeterminado, ou seja, perderemos 1 agente no diurno e 2 no noturno, o quadro funcional dos agentes já são reduzidos, fazemos o trabalho de todas a áreas e agora também iremos fazer o trabalho dos terceirizados, se continuar desse jeito logo-logo, os agentes terão que TRABALHAR na cozinha, para fazer as refeições dos adolescentes.
Toda vez que termina ou está prestes a terminar o contrato de uma empresa terceirizada, a mesma dá um calote nos vigilantes, não paga os direitos trabalhistas e quem paga o pato são os AGENTES, que tem que se desdobrar dentro do pátio e fora dele, fazendo o trabalho dos terceirizados, isso tem que acabar, a instituição e os órgãos competentes teriam que tomar as providências cabíveis para que essa situação não voltasse a acontecer! ” Resume Ricardo.
Segundo informações, na DRO isso vem acontecendo há vários meses, isso chama-se DESVIO DE FUNÇÃO e não podemos mais aceitar os desmandos da Fundação CASA fazendo economias às custas da exploração de seus servidores que há anos não vê um só centavo de aumento nos seus salários como pagamento daquilo que foram contratados por concurso público.
A categoria irá oficializar a Fundação CASA e se for o caso, o MPT para obter respostas de até quando esta situação vai continuar. Estamos atentos às demandas dos nossos trabalhadores.