Nesses anos de trabalho nesta instituição (Fundação Casa), observando o local de trabalho, concluímos que vários funcionários adoeceram, o ambiente de trabalho é insalubre e de alta periculosidade, há uma pressão psicológica muito grande sobre todos nós servidores. Entre o ano de 2020 e, até o momento em, 2021 foram seis casos de suicídio consumados, lembrar a história de cada um deles é muita tristeza!
Depressão é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, podendo estar associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do apetite, transtornos psicóticos, dependência química e a sensação de estar sem saída. É essencial identificar os sintomas e procurar ajuda medica e psicológica.
Todos os dias, cerca de 30 brasileiros se suicidam. Em cerca de 90% dos casos, porém, esses suicídios poderiam ter sido evitados e, para isso, precisamos saber mais sobre a prevenção ao suicídio. O conselho Federal de Medicina (CFM) revela que de cada 100 brasileiros, 17 já pensaram, ao menos uma vez, em tirar a própria vida. Vale lembrar que o comportamento suicida não é marcado somente pela tentativa de tirar a própria vida, mas também pelos pensamentos e planos.
Como suspeitar que alguém pode precisar de ajuda? Como ajudar uma pessoa que está pensando em suicídio?
Pergunte com todas as letras se você, de repente, suspeitar da intenção de algum amigo ou familiar. Mas pergunte querendo ouvir, porque no geral o indivíduo acaba desabafando. Questione sobre o plano, os motivos, as consequências, esteja com tempo. Isso pode ser de uma ajuda extrema. O grande diferencial é mostrar que você se importa. Ofereça ajuda se achar necessário, como apoio psicológico, psiquiátrico e de instituições confiáveis. E se a atitude for extrema (ameaça direta de se jogar da janela ou se cortar, por exemplo) é necessário uma tomada de decisão imediata: leve a pessoa para um pronto-socorro ou ligue para o Samu (192).
Um exemplo de algo que pode ajudar nos momentos de crise suicida é o CVV (Centro de Valorização da Vida – telefone 188), um dos principais auxílios para quem está nessa situação. Os telefones não possuem identificador de chamada e os atendentes (todos voluntários) nunca irão perguntar o nome da pessoa. O CVV não trabalha com aconselhamento, não dá opiniões, tampouco faz qualquer espécie de julgamento. “Por trás de uma ligação sempre existe um sofrimento muito grande. Perdas, separações, solidão, gente que liga só para conversar. A pessoa liga desesperada, mas depois que coloca tudo para fora se sente melhor. A gente não se envolve, só damos a oportunidade do outro falar. E muitas vezes verbalizando ele consegue compreender melhor o que está acontecendo”, diz Carlos Correia, de 63 anos e voluntário há 24 anos.
Os voluntários não têm condições de fazer nenhum diagnóstico, o que eles fazem, na verdade, é ouvir. Mas, por meio da conversa — e se a pessoa pedir – eles conseguem indicar locais específicos e gratuitos onde é possível conseguir ajuda, seja um tratamento para dependentes químicos, prevenção ao suicídio, luto difícil, etc.
Mas tenha consciência de que, às vezes, os sinais de que a pessoa está pensando em cometer suicídio não são tão sutis, mas envolvem alguns comportamentos quase típicos como:
- Estocar ou comprar uma quantidade enorme de comprimidos;
- comprar armas;
- deixar pendências resolvidas;
- Dar algo de muito valor para alguém que ela goste muito;
- ter tentado tirar a própria vida anteriormente.
“Na dúvida, sempre questione. Além disso, se a pessoa confessar o desejo e, de repente, lhe pedir para manter segredo, não faça isso. Porque, na verdade, você pode estar colaborando para que ela ponha o plano em prática”, explica a psicóloga.
Importante: se você estiver lendo este texto e passando por problemas sérios ou conhece alguém que esteja, não tenha medo de procurar ajuda. Suicídio é uma solução permanente para um problema temporário.
Orientações para prevenir o suicídio
Você também pode:
- procurar um psicólogo ou um grupo de apoio;
- ligar para o Centro de Valorização da Vida (CVV), cujo telefone é 188 e o site: www.cvv.org.br;
- criar um plano de ajuda, com o que fazer e para quem ligar quando você se sentir em crise;
- tentar descansar, comer e não abusar de álcool ou drogas – as coisas sempre parecem muito piores quando estamos com fome, cansados e com a consciência alterada.
Antônia
Pasta de saúde do trabalhador