O SITSESP vem a público denunciar mais um episódio de extrema violência contra um servidor da Fundação CASA, ocorrido no dia 9 de abril, na unidade CASA Bela Vista, no Complexo Vila Maria, em São Paulo. O caso escancara a situação crítica vivida pelos trabalhadores da socioeducação, que enfrentam diariamente condições insalubres, falta de segurança e ausência total de respaldo institucional.
Durante o recolhimento dos adolescentes para os dormitórios, um agente percebeu que um interno tentava esconder um objeto ao entrar no quarto. Ao ser abordado, o jovem recusou-se a entregar o item e adotou postura agressiva. O coordenador foi acionado para intervir e acabou sendo brutalmente agredido com um soco no rosto, que causou um corte profundo na região da boca.
O servidor foi socorrido ao pronto-socorro, onde precisou de sutura e medicação. Foi registrado em boletim de ocorrência e o Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT) foi devidamente emitido. No entanto, o episódio, longe de ser um caso isolado, evidencia uma rotina perigosa que coloca em risco a integridade física e psicológica de centenas de trabalhadores.
A agressão sofrida é consequência direta de um cenário de abandono. Falta de efetivo, ausência de equipamentos de segurança adequados, estrutura física precária e uma gestão omissa têm contribuído para o agravamento da violência dentro das unidades. Os agentes socioeducativos, que deveriam contar com respaldo e proteção, hoje trabalham expostos e vulneráveis, muitas vezes tendo que enfrentar situações de risco sem o mínimo de condições operacionais.
É inadmissível que trabalhadores sigam sendo agredidos, ameaçados e adoecendo dentro de seus locais de trabalho, enquanto a Fundação CASA se omite em garantir segurança, valorização e condições dignas. Não basta cobrar metas e resultados: é preciso proteger os profissionais que estão na linha de frente da socioeducação.
O SITSESP exige providências imediatas por parte da Fundação CASA e do Governo do Estado. É necessário ampliar o número de servidores nas unidades, garantir equipamentos de proteção individual, melhorar a infraestrutura dos centros socioeducativos e implementar políticas reais de cuidado com a saúde física e mental dos trabalhadores.
A violência contra os servidores precisa ter fim. Não aceitaremos que mais um servidor seja ferido, humilhado ou desamparado. O SITSESP seguirá firme na luta por dignidade, segurança e respeito para todas e todos que dedicam suas vidas ao serviço público socioeducativo.
Chega de descaso. A vida dos trabalhadores importa.
